terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Instinto musical



É tão bom quando estamos pensando que conhecemos alguém. Mas o melhor mesmo é conhecer alguém que contradiz o que você acha dessa pessoa e descobrir que seus instintos, que você renegava mas estavam lá, estão completamente certos.

Instintos servem pra nos sinalizar sobre algo que sua consciência nega mas que é o óbvio.

Sobre a canalhice masculina o grito dos instintos é incansável. Mas o coração logo faz um conchavo com a cabeça e toca uma música no último volume, para que fiquemos surdas ao desesperado instinto que exige atenção. Mas a música sempre sucumbe ao silêncio e eis que surge, triunfante, o grito do lugar desconhecido. Algumas vezes ele cobra o preço do esquecimento e sofremos demais. Outras vezes é bondoso e apenas sorrimos de nossa inocência.

Hoje sorrio de minha inocência. Tenho que aprender que por detrás da melodia principal há todo um campo harmônico com outras notas, subdominantes, mas tão importantes (e determinantes também) como a tônica de uma sucessão de sons.

Os homens nunca são o que pensamos deles, nunca são a tônica de uma música. Terças, quintas, subdominantes... O problema é que a ligadura, que une nossa nota a deles, pode se tornar um staccato quando menos se espera. Muda a dinâmica Maestro! Intervalos dissonantes...

Começamos allegro, vivace, para larghetto, largo... D.c.?

Só tenho encontrado homens dodecafônicos, Shoenbergs mesmo. Quero Mozart agora, certinho e feliz, com uma bela fermata ao final...

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